sábado, 29 de fevereiro de 2020

A LUZ POR UM FIO!

A LUZ POR UM FIO!

A LUZ POR UM FIO!
Hoje eu esvaziei minha mente, joguei fora as lembranças
Porque guardar sentimentos remoidos, de saudades vãs
Fui desprezado pelo destino, não me trouxe as avenças
Só vivi de desamores, bradei aos céus, sol pelas manhãs

Não é fácil viver o opaco cinzento, quero ver a cor do dia
Este quarto cheirando a bafio, teias desfilam nas paredes
Cortina entre poeiras cansadas, sem vento, jáz balbúrdia
Estou abandonado no silêncio, em conspirações adredes

Tenho companheira, a solidão, ela ouve os meus lamentos
Tenho certeza, ela ronda o sonho, é presença de vil ilusão
Pensamentos difusos, filosofias descoradas, só fragmentos
Estou soçobrado neste coxim, dou às pulgas a alimentação

O que resta ainda de mim, vezes caminha dentro da alcova
Feito um fantasma desmorto, moribundo parado no tempo
O pitó abarrotado sob a cama, clama o despejo, uma cova
As parafinas descansam no pires, vela sobrevive ao vento

Pequena chama arde acesa. Vida! Ela mantém luz no pavio
Durante noite adentro, aqui aos poucos vai se consumindo
Embora seja uma questão, ensejo, eu bravamente luto a fio
Nunca ninguém esta pronto! Que fazer se já estou dirimindo!

Àqueles que se dizem imortal, tenha ciência, única certeza
A relutância, mero capricho, jamais escapará da penitência
O portal a nossa espera, fim dos planos, agora jáz, curteza
A consciência é concisa, deu sobreaviso, fim da existência...?

Autor: Desconhecido


THE LIGHT THROUGH A WIRE!
GOOD SUCCESS



THE LIGHT THROUGH A WIRE!



Today I emptied my mind, I threw away the memories

Because to keep feelings mulled, of empty nostalgia

I was despised by fate, it didn't bring me the covenants

I only lived out of loveliness, I shouted to the skies, morning sun



It's not easy to live the gray opaque, I want to see the color of the day

This room smelling of breath, webs parade on the walls

Curtain between tired dust, no wind, already a shambles

I am abandoned in silence, in adulterated conspiracies



I have a companion, loneliness, she hears my cries

I'm sure, she hovers around the dream, it's the presence of a vile illusion

Diffuse thoughts, discolored philosophies, only fragments

I'm bent over this cushion, I give the fleas the food



What's left of me, sometimes walks into the alcove

Like a collapsed, dying ghost standing in time

The pitó crammed under the bed, calls for eviction, a grave

Paraffins rest on the saucer, candle survives the wind



Small flame burns. Life! She keeps light on the wick

Throughout the night, here it gradually consumes itself

Although it is an issue, I argue, I bravely fight for it

No one is ever ready! What to do if I'm already settling!



To those who claim to be immortal, be aware, the only certainty

Reluctance, mere caprice, will never escape penance

The portal is waiting for us, end of plans, now, short

Is the conscience concise, did it give warning, end of existence ...?



Unknown author

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